Como o Conceito Capes influencia um Programa de Pós-Graduação?
Entenda a influência do Conceito Capes sobre os PPGs e de que forma a avaliação contínua traz benefícios para alunos, professores e instituições de ensino.
A avaliação realizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) é essencial para garantir a qualidade e a excelência dos programas de pós-graduação stricto sensu no Brasil. Esse processo, que resulta no Conceito Capes, além de manter os padrões acadêmicos elevados, também impulsiona o desenvolvimento científico e tecnológico no país. Nesse sentido, a importância da avaliação da Capes pode ser observada em diversos aspectos que contribuem para a melhoria contínua dos programas de pós-graduação.
Primeiramente, a avaliação da Capes assegura a qualidade dos programas de mestrado e doutorado ao estabelecer critérios rigorosos que medem a produção científica, a qualificação do corpo docente, a infraestrutura disponível e a formação de recursos humanos. Desse modo, o processo contínuo de avaliação garante que os programas mantenham sua relevância e eficácia, adaptando-se às demandas e aos avanços científicos globais.
Além disso, os resultados dessas avaliações influenciam diretamente a alocação de recursos, permitindo que programas com alto desempenho recebam maior financiamento, bolsas de estudo e investimentos em infraestrutura. Esse suporte financeiro é fundamental para a manutenção e o desenvolvimento dos programas, facilitando a aquisição de equipamentos, a realização de pesquisas avançadas e a participação em conferências internacionais.
A avaliação da Capes também incentiva a busca pela excelência acadêmica. Instituições e docentes são motivados a aprimorar suas práticas, aumentar a produção científica e investir em inovação, o que se traduz em benefícios diretos para os alunos e para a sociedade.
Podemos dizer, ainda, que o processo de avaliação da Capes promove a transparência e a prestação de contas no uso de recursos públicos destinados à educação e à pesquisa. As instituições de ensino são obrigadas a fornecer dados detalhados sobre suas atividades acadêmicas e científicas, permitindo um acompanhamento rigoroso por parte do governo e da sociedade.
Essa transparência fortalece a confiança no sistema de educação superior e assegura que os investimentos sejam utilizados de forma eficiente e eficaz. Dessa forma, é nítido o quanto a Capes desempenha um papel essencial no fortalecimento do sistema de pós-graduação brasileiro e na promoção do desenvolvimento sustentável e inovador da nação.
Se você deseja saber mais sobre como o Conceito Capes influencia diretamente os programas de pós-graduação, contribuindo para elevar a qualidade da educação superior brasileira, acompanhe este artigo e descubra como funciona a avaliação, suas notas e conceitos.
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Como funciona a Avaliação Capes dos Programas de Pós-Graduação?
A Avaliação Capes dos Programas de Pós-Graduação é um processo rigoroso e sistemático que ocorre a cada quatro anos. Este processo visa medir a qualidade dos programas de mestrado e doutorado em diversas instituições de ensino superior do Brasil.
A avaliação é baseada em critérios abrangentes que incluem produção intelectual, formação de recursos humanos e inserção social. A Capes analisa dados quantitativos e qualitativos fornecidos pelas próprias instituições através da Plataforma Sucupira, que reúne informações detalhadas sobre as atividades acadêmicas e científicas dos programas.
Os programas são avaliados por comissões por área, formadas por especialistas de renome, que consideram diversos aspectos do desempenho acadêmico e institucional. Cada área do conhecimento tem seus critérios específicos de avaliação, mas, em geral, são analisados fatores como:
- Produção Intelectual: número e qualidade das publicações científicas, participação em eventos, patentes registradas, entre outros.
- Corpo Docente: qualificação e produção dos professores, incluindo a titulação e o envolvimento em projetos de pesquisa.
- Infraestrutura: qualidade das instalações físicas e dos recursos disponíveis para a pesquisa e o ensino.
- Formação de Recursos Humanos: número de dissertações e teses defendidas, prazos de conclusão dos cursos, inserção dos egressos no mercado de trabalho ou em atividades acadêmicas.
Para que serve e como funciona o Conceito Capes?
O Conceito Capes é a nota atribuída a cada programa de pós-graduação ao final do processo de avaliação. As notas variam de 1 a 7, sendo assim definidas:
- Nota 1-2: indica programas que não atenderam aos critérios mínimos de qualidade e são, portanto, descredenciados.
- Nota 3: denota programas que atendem aos critérios básicos de qualidade, mantendo o credenciamento.
- Nota 4-5: reflete programas com bom desempenho acadêmico e científico, acima da média nacional.
- Nota 6-7: representa programas de excelência, com reconhecimento nacional e internacional.
A partir dessas notas, o Conceito Capes pode ser empregado com várias finalidades:
- Credenciamento e descredenciamento: programas com notas baixas podem ser descredenciados, enquanto aqueles com boas avaliações podem receber suporte para continuar e expandir suas atividades.
- Distribuição de recursos: a nota influencia a distribuição de bolsas de estudo e financiamento para pesquisa. Programas bem avaliados recebem mais recursos, o que permite maior investimento em infraestrutura e projetos.
- Reconhecimento e prestígio: programas com altas notas ganham reconhecimento e prestígio, atraindo mais candidatos qualificados e formando parcerias estratégicas com outras instituições e empresas.
- Orientação e melhoria: a avaliação fornece um diagnóstico detalhado das forças e fraquezas dos programas, orientando as instituições na implementação de melhorias contínuas.
Conceito Capes: uma exigência por melhoria contínua
A partir das avaliações e do Conceito Capes, espera-se que os programas de pós-graduação não apenas mantenham seu conceito inicial, mas que demonstrem evolução contínua. Programas de Pós-Graduação existentes são continuamente pressionados por suas instituições e pela comunidade acadêmica a progredirem e melhorarem os seus respectivos Conceitos Capes.
Com isso, a busca constante por melhores conceitos na Capes influencia diretamente as decisões dos programas, impactando a avaliação e a composição do corpo docente, o acompanhamento dos alunos, a produção intelectual e os projetos de teses e dissertações. Dessa forma, gestores, docentes e alunos precisam entender as regras e o significado de cada conceito da Capes.
Para entender melhor: o patamar mínimo, conceito 3, é considerado satisfatório. Já os cursos com nota 4 são vistos como bons em âmbito nacional, destacando-se no corpo discente, produção intelectual e outros critérios. Enquanto os programas com nota 5 são considerados muito bons, atendendo a altos padrões nesses mesmos quesitos.
Os cursos de excelência, com potencial ou atuação em patamares internacionais, são classificados com notas 6 e 7. O grau 7 representa o máximo patamar de avaliação da Capes, geralmente incluindo professores estrangeiros e uma forte rede de colaboração internacional.
Na última avaliação quadrienal da Capes (2017-2020), dos 4.512 programas de pós-graduação (PPG) stricto sensu (mestrado e doutorado) avaliados, 34% tiveram aumento da nota, 54% se mantiveram no mesmo patamar e 4% tiveram sua nota reduzida. Esses números demonstram a importância da avaliação e do Conceito Capes para que as instituições e os programas de pós-graduação stricto sensu mantenham em seu horizonte a busca por excelência na área científica e acadêmica.
Avaliação externa: condição necessária, mas talvez insuficiente
Programas com conceitos mais elevados na Capes naturalmente têm mais acesso a recursos e investimentos e atraem maior demanda para mestrado e doutorado. Esse sistema, vigente desde os anos 1980, é um pilar da educação superior brasileira, sendo essencial para a formulação de políticas educacionais nas IES. Nesse sentido, a Capes funciona como certificadora e qualificadora, tornando-se indispensável para qualquer instituição.
No entanto, a grande questão é se essa prática por si só é suficiente para a política institucional de pós-graduação – um debate que é frequente no sistema brasileiro de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). Sendo assim, críticos do sistema da Capes argumentam que sua avaliação promove uma visão hegemônica sobre a formação na pós-graduação, privilegiando excessivamente a produção intelectual em detrimento da qualidade da formação discente.
Segundo essa perspectiva, a produção intelectual dos programas deveria ser vista como um insumo e não como o principal objetivo da pós-graduação, cuja missão principal é a formação qualificada. No entanto, é inegável que os critérios de avaliação da Capes têm sido fundamentais para a notável melhoria da ciência brasileira e sua produção de conhecimento mundial.
Ao criticar um sistema consolidado como o da Capes, não se deve apenas contestar os critérios existentes, mas também propor alternativas que abordem de fato os fatores considerados relevantes por outras visões sobre a pós-graduação. Há uma diversidade de propostas alternativas para a avaliação de CT&I, como o Manifesto de Leiden, o documento Tide Metrics e as possibilidades da Altmetrics, por exemplo.
Portanto, gestores institucionais e coordenadores de programas podem incluir em seus planos estratégicos não apenas as métricas da Capes, mas também autoavaliações que considerem outros aspectos estratégicos para a pós-graduação. A avaliação da Capes, embora necessária, pode ser insuficiente para cobrir todos os fatores que a universidade ou o programa consideram importantes, como a inserção de seus egressos e a participação do programa no contexto regional.
Avaliação Quadrienal 2017-2020: 34% dos PPGs aumentaram o Conceito Capes
No final de 2022, a Capes divulgou os resultados da Avaliação Quadrienal 2017-2020. Entre os 4.512 programas de pós-graduação stricto sensu avaliados, 34% conseguiram aumentar sua nota, enquanto 54% mantiveram-se no mesmo patamar. Somente 4% sofreram redução no Conceito Capes.
O destaque da avaliação foi o crescimento expressivo no número de programas considerados de excelência acadêmica. Houve um aumento de 37% no número de PPGs que atingiram notas 6 e 7, passando de 490 para 671. Com isso, o Brasil agora conta com 261 programas nota 7 e 410 programas nota 6. Além disso, 1.030 programas obtiveram nota 5, 1.786 ficaram com nota 4 e 980 foram avaliados com nota 3. Apenas 45 programas (1% do total) receberam notas abaixo de 3 e, consequentemente, foram descredenciados.
A região Nordeste apresentou um crescimento significativo no número de programas de excelência, saltando de 37 para 60, o que representa um aumento de 62%. Enquanto a região Norte, que não tinha nenhum PPG com nota 7 na avaliação anterior, agora conta com três programas nessa categoria.
Vale destacar que muitos dos programas que melhoraram suas notas fazem parte dos mais de 1.700 PPGs que utilizam a ferramenta Stela Experta©-PG para gerenciar seus indicadores estratégicos. Essa plataforma tem se mostrado essencial para ajudar os programas a monitorar e melhorar seu desempenho, facilitando a coleta e análise de dados críticos para a avaliação.
Durante o quadriênio, foram registradas 4,7 milhões de produções intelectuais, das quais 280.716 foram destacadas pelos programas como suas melhores contribuições, permitindo uma análise mais qualitativa da produção científica.
A comissão julgadora, composta por 1.808 consultores e acompanhada por 147 coordenadores de área, avaliou programas distribuídos entre o Colégio de Ciências da Vida (1.448 PPGs), Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar (1.545 PPGs) e Humanidades (1.508 PPGs), além de 11 programas profissionais para a formação de professores da Educação Básica.
Stela Experta©-PG: uma ferramenta completa para monitorar indicadores de qualidade de uma Pós-Graduação Stricto Sensu
A gestão eficiente de programas de mestrado e doutorado exige ferramentas avançadas que facilitem o monitoramento contínuo dos indicadores de qualidade. Assim sendo, o Stela Experta©-PG se destaca como uma solução inovadora e altamente eficaz para atender a essa necessidade, oferecendo recursos que permitem uma análise detalhada e em tempo real dos diversos aspectos que compõem a qualidade de um programa de pós-graduação.
Monitoramento de desempenho acadêmico
O Stela Experta©-PG possibilita a gestão precisa do desempenho acadêmico dos alunos e docentes, monitorando publicações científicas, patentes, participação em eventos, entre outros. A ferramenta auxilia na coleta e análise de dados que são fundamentais para as avaliações da Capes, ajudando os programas a identificar pontos fortes e áreas que necessitam de melhorias.
Gestão de produção intelectual
Com o Stela Experta©-PG, é possível manter um registro detalhado de toda a produção intelectual do programa, incluindo artigos, livros, capítulos de livros, dissertações e teses. A plataforma permite a organização e o acesso fácil a esses dados, facilitando a preparação de relatórios e a prestação de contas para avaliações externas.
Indicadores de qualidade
A ferramenta também oferece funcionalidades específicas para o acompanhamento de indicadores de qualidade definidos pela Capes. Isso inclui a avaliação do corpo docente, a infraestrutura do programa, a inserção social e a internacionalização. O Stela Experta©-PG permite que os coordenadores de programas acompanhem esses indicadores de forma contínua, ajustando estratégias conforme necessário para manter ou melhorar as notas nas avaliações.
Facilidade de uso e integração
Uma das grandes vantagens do Stela Experta©-PG é a sua interface amigável e intuitiva, que facilita o uso por parte dos gestores, coordenadores e docentes. A plataforma também oferece integração com outros sistemas de gestão acadêmica, permitindo um fluxo de dados eficiente e reduzindo a necessidade da entrada manual de informações.
💻 Plataforma Stela Experta©
Soluções para embasar a tomada de decisões estratégicas em ciência, tecnologia e inovação para as IES e ICTIs
Módulo Pesquisa: Solução para apoiar a gestão estratégica nas Instituições de Ensino Superior, integrando diversas fontes de informação nacionais e internacionais em CT&I, possibilitando que o gestor responda de forma ágil e assertiva a questões sobre a produção intelectual, projetos de P&D, perfil e expertises dos docentes, discentes e grupos de pesquisa da instituição, bem com sobre sua infraestrutura laboratorial.
Módulo Pós-Graduação: Solução para avaliar e acompanhar a performance dos PPGs da Instituições de Ensino Superior no decorrer das quadrienais, baseado em critérios utilizados pelas áreas de avaliação da Capes. A partir dos dados da Plataforma Sucupira, possibilita que o gestor realize benchmarkings entre os PPGs da IES e seus programas pares e identifique os docentes que estão acima/abaixo da média em cada indicador monitorado.