Coordenador de pós: como se beneficiar da plataforma Lattes para preencher melhor a Sucupira
A partir de 15 de setembro de 2017, a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) vai divulgar as novas notas da totalidade de cursos de mestrado e doutorado do país.
Nem todos sabem que, para isso, coordenadores de pós-graduação e pró-reitores de todas as instituições de ensino superior brasileira devem, anualmente, recolher uma ampla gama de dados e utilizar, ao longo de todo o ano, a Plataforma Sucupira. Coordenadores devem recolher dados sobre a produção intelectual de todos seus docentes e discentes, sem falar nos dados da própria estrutura acadêmica do programa (disciplinas, turmas, teses e dissertações) e dos projetos realizados no período.
Tudo isto ainda é feito de forma manual. A Plataforma Sucupira prevê apenas a importação de alguns dados curriculares dos docentes, que vêm diretamente da Plataforma Lattes.
Ocorre que a avaliação quadrienal da Capes tem um calendário anual pré-estabelecido, com prazos para a inserção dos dados na Plataforma Sucupira. No entanto, não são raros os casos de atualizações feitas por docentes do programa em seus currículos Lattes após a inserção dos dados na plataforma Sucupira ter sido feita pelo coordenador. A situação pode ser ainda mais prejudicial para o programa quando se tratar de artigos nos estratos mais qualificados que ficaram de fora da Sucupira.
Mas como um coordenador pode se precaver e ter certeza de que, ao mandar os dados do programa para a Capes, está com toda a produção intelectual de seus docentes inserida? Será que ele pode, ao menos, saber se as mais qualificadas estão?
Esta é uma das facilidades oferecidas pela Plataforma Stela Experta©, que extra informações da Plataforma Lattes. A seguir, discutimos algumas práticas que podem ajudar o coordenador de pós-graduação na gestão da qualidade e representatividade das informações do programa sob sua responsabilidade.
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1. Atualidade da informação
Como se sabe, o currículo Lattes de cada um dos docentes é um “organismo vivo”, que é atualizado quando seu autor considera conveniente (nem sempre atendendo aos apelos daqueles que dependem de sua atualização). Por isso, não raro um coordenador migra dados curriculares para a Sucupira antes que toda a informação de que dispunha o docente para o ano da avaliação já esteja registrada em seu currículo.
Naturalmente, é inviável para um coordenador verificar continuamente as possíveis atualizações de todo o corpo docente até o final do prazo dado pela Capes. Mas há uma forma de se atacar esse gap da atualidade das informações. Basta gerar um relatório da Plataforma Stela Experta© e rapidamente comparar com os números da Sucupira.
Com esta comparação é possível verificar, por exemplo, que um determinado docente tem 54 artigos produzidos no último quadriênio e que na Plataforma Sucupira só constam 50 artigos. Esta verificação de dados pode evitar uma eventual – e um tanto frequente – perda de produção do corpo docente.
Em adição, o coordenador poderá gerar um relatório na Plataforma Stela Experta© para listar os docentes do programa que atualizaram seu currículo na Plataforma Lattes a partir de determinada data (por exemplo, a partir da última importação de dados para a Plataforma Sucupira). Dessa forma poderá focar sua analise buscando diferenças nos totais de produções apenas desse conjunto de docentes.
2. Duplicações por coautorias
Outra questão delicada na atualização de dados de um programa de pós-graduação está nas coautorias. Caso um autor esqueça de incluir outro docente ou o faz com nomes diferenciados, ou, ainda, utilize títulos não idênticos, pode ocorrer duplicidade de importação de dados. Esta duplicidade é retirada pela Plataforma Sucupira na gestão da própria Capes, mas o coordenador pode saber disto somente depois, quando recebe o relatório de notas.
Aqui está outra vantagem em seu utilizar a Plataforma Stela Experta© e, com isso, antecipar o que pode ocorrer na contagem de pontos na avaliação da Capes: com o Stela Experta©, pode-se identificar eventuais esquecimentos de coautoria na Plataforma Lattes, ajudando a corrigir esse dado antes da entrega pela Plataforma Sucupira.
3. Projetos de pesquisa
A atualização e o acompanhamento dos projetos em que atuam seus docentes é outro trabalho que pode ser desafiador para o coordenador de pós-graduação.
Embora esteja disponível nos currículos, a Plataforma Sucupira não prevê importação destes dados. De fato, há uma certa complexidade em diferenciar os projetos individuais dos coletivos e, especialmente, risco de redundância e duplos registros oriundos das parcerias em projetos. A Sucupira prevê, então, a inclusão manual de dados de projetos pelo coordenador da pós.
Ocorre que, neste processo, uma vez mais, pode haver a dúvida se algum projeto relevante para o programa acabou ficando de fora da Sucupira. Neste caso, mais uma vez, a Plataforma Stela Experta© pode ajudar o coordenador, evitando a análise individual, projeto por projeto, em cada currículo registrado na Plataforma Lattes.
A Plataforma Stela Experta© gera relatórios de projetos de um determinado grupo de docentes e se o coordenador de pós-graduação escolher os indivíduos do seu programa, terá a relação dos projetos candidatos a serem registrados na Plataforma Sucupira.
Na análise da qualidade do preenchimento de dados da Sucupira, esse relatório de projetos permite ao coordenador comparar a quantidade de projetos que estão registrados na Plataforma Sucupira com a quantidade de projetos registradas nos currículos da Plataforma Lattes dos docentes do programa.
Esses resultados quantitativos podem ser ainda melhores se houver uma análise qualitativa dos dados gerados pela Plataforma Stela Experta©. É fácil identificar, por exemplo, projetos com um único docente (normalmente, por serem individuais, não relacionados, portanto, ao programa de pós-graduação), projetos agregadores de professores e alunos e, quando analisados com relação às suas temáticas, projetos potencialmente aderentes ao programa, mas ainda incipientes em número de partícipes ou mesmo em termos de financiamento.
4. Informação referente à Qualidade do Programa
Tão, ou mesmo mais, importante do que ter informações atualizadas na Plataforma Sucupira é garantir que os dados apresentados tenham qualidade e representatividade do Programa de Pós-Graduação. Deixar de registrar, por exemplo, um artigo Qualis A1 na Plataforma Sucupira pode ser mais prejudicial do que deixar de registrar 3 artigos B4. O problema é que a Sucupira não informa os índices Qualis para os artigos já registrados (apenas individualmente por jornal, no site da CAPES). Neste quesito a Plataforma Stela Experta© traz uma grande contribuição para os coordenadores.
Ao contrário da Plataforma Sucupira, a Plataforma Stela Experta© gera relatórios de produção intelectual com o respectivo índice Qualis vigente (ou do ano em que a produção intelectual foi publicada).
Com esse relatório, é possível realizar uma verificação dos artigos registrados na Plataforma Sucupira, priorizando do maior para o menor índice Qualis. Mesmo quando currículos são atualizados pós-prazo, é fácil, via Stela Experta©, centrar-se nos itens adicionados pelos docentes que podem efetivamente mudar a posição de avaliação do programa.
5. Cobertura da informação
Cobertura refere-se ao grau com que os dados informados a Capes representam as atividades e, principalmente, resultados do Programa de Pós-Graduação. Cabe ao coordenador, de um lado, verificar se a totalidade de seus docentes permanentes tiveram suas atividades acadêmicas registradas na Sucupira e, por outro lado, que os docentes tenham atualizado e completado seus currículos, particularmente naquilo que é caro à avaliação na Capes.
Relatórios da Plataforma Stela Experta© permitem identificar o total de docentes e respectiva produção intelectual nos currículos registrados na Plataforma Lattes, bastando ao coordenador comparar com os dados registrados na Plataforma Sucupira.
Conhecedor da realidade de seu programa e utilizando esse relatório produzido pela Plataforma Stela Experta©, o coordenador poderá comparar esses dados com o que já está registrado na Sucupira e decidir por ampliar o preenchimento de informações.
Relatórios selecionados da Plataforma Stela Experta© podem também ajudar o coordenador a encontrar fatos relevantes a serem relatados na parte textual da Plataforma Sucupira. Por exemplo, sabe-se que entrevistas de rádio e participações em programas de TV não são consideradas itens de produção intelectual qualificada. Porém, a chamada “inserção social” é uma das dimensões de avaliação da Capes que procura verificar o texto fornecido pelo coordenador para, entre outras informações, saber como o programa tem levado seus resultados à sociedade.
6. Aderência com o programa
Não é raro o programa em que a atualização dos dados da Plataforma Sucupira cabe a técnicos administrativos ou mesmo a bolsistas colaboradores em programas de pós-graduação. Caso o coordenador considere esta atividade operacional e aguarde apenas pela importação dos currículos da Plataforma Lattes, na sua totalidade, pode correr sério risco de comprometer a representatividade e, por conseguinte, a qualidade de seus dados.
Isso ocorre quando itens de produção intelectual registrados nos currículos Lattes são migrados para a Plataforma Sucupira sem que se considere a aderência de seus conteúdos ao objeto de formação e de pesquisa do programa ou quando a atividade registrada não é resultado do que o docente realizou na pós-graduação, mas sim em outras atividades de sua trajetória acadêmica (as vezes, até mesmo associadas a outros programas de pós-graduação).
Além do indicador Qualis/Periódicos e a respectiva área de avaliação, os relatórios da Plataforma Stela Experta© incluem títulos e palavras-chave dos itens de produção intelectual, de modo a permitir uma análise de conteúdos (via metadados).
Mapas de termos gerados pela Plataforma Stela Experta© a partir dos dados das produções C&T podem identificar itens não aderentes ao programa em questão. Em programas multidisciplinares e interdisciplinares, por exemplo, é comum o docente atuar em outro programa e seu currículo terá itens produzidos em ambos. O coordenador deve ter formas facilitadas de expurgar produções não aderentes, sob pena de dar a impressão aos seus avaliadores de estar inflando os dados do programa.